Paz, Poeta e Pombas


A Paz viajou em busca da silêncio

Sitiou Berlim
Abdicou em Londres
A Paz saltou dos olhos do poeta
Atacada de psicose maníaco-depressiva

Foi nessa altura que as pombas
Solicitaram nas agências as tarifas
Mas não viram mais o poeta
Que gozava na Suiça
Duma licença graciosa

A Paz saiu aos saltos para a rua
Comeu mostarda
Bebeu sangria
A Paz sentou-se em cima duma grua
Atacada de astenia

Foi nessa altura que as pombas
Solicitaram nas agências as tarifas
Mas não viram mais o poeta
Que gozava na Suiça
Duma licença graciosa*


*Poema/canção (quase absurda, de tão excelente) do mais genial de todos os compositores/intérpretes que este país já conheceu, o saudoso José Afonso. Para variar um pouco...

1 comentário:

Pólvora disse...

Melhor do que lê-lo só mesmo ouvi-lo...mesmo doente continua a soar-me bem.