Not Beautiful Anymore

(Ghent, by Vienneke, deviantart.com)



Eram longas planícies relvadas, envoltas nas densas brumas características daquele inóspito, para ele bucólico, lugar. Eram tambores, que lhe aguçavam a alma melhor que os sonhos. Sonhos... Que o haviam conduzido a lugar algum, vez nenhuma em tão poucos (tantos!) anos de contínuos movimentos de contracção e dilatação do tal que é responsável pela terrena existência.

A fogueira das vaidades? Perpétua dança de mentiras e falsos sentimentos (sentidos). Que não sentia mais...
Limitava-se agora, a vê-los passar. Quais comboios desgovernados... A vê-los ir em direcção ao fim de uma linha outrora direita, por hora mais sinuosa que as curvas dos cíclicos círculos que pautavam as suas vidas - não chegariam, porém, ao ponto de partida novamente - pois até as leis da física podem ser contornadas quando o supremo prazer se sobrepõe à habitual, quiçá letal, ausência de tudo.


Que descansem os sobressaltados espíritos do costume. Isto não passará nunca de um delírio de alguém que não sabe, não entende, e não "é". Sê-lo-à, ainda que o queirais esmiuçar, vezes sem conta, até que das palavras sem sentido encontreis o significado que melhor vos convir.
Em vão, em vão... Não percais tempo, amigos meus. Jamais o ireis conseguir.


Taste the water from a stream of running death... Eat the apple and cough a dying breath...

Blackest Eyes

... I got wiring loose inside my head
I got books that I never ever read
I got secrets in my garden shed
I got a scar where all my urges bled
I got people underneath my bed
I got a place where all my dreams are dead
Swim with me into your blackest eyes...*
*Porcupine Tree, Blackest Eyes (2002) (Excerto)

The Hell Where They Want Me

(F.E.A.R., by EmperorSuprra, deviantart.com)


Sick of my life. I'm tired of everything in my life!


Mais parece um disco riscado, eu sei. Ou então, aquelas psicoses típicas das adolescentes, que perdidas dentro daqueles corpos e mentes (à conta das hormonas descontroladas) não conseguem evitar ataques de histerismo por todo e qualquer motivo, absurdo para o comum dos mortais.

Mas não é disto que se trata neste caso, amigos meus... (a quem me dirijo vezes sem conta na esperança que me entendais, ainda que consciente de que quase sempre é o vazio quem me responde por vós).
Neste caso, como sempre e como nunca, é sede. Do sabor calmante da tranquilidade que só a paz de espírito pode atrair... E é raiva, e medo, e angústia pela incerteza, pela indefinição que o rumo de certas vidas paralelas acarreta... Como se alguém estivesse a escrever o MEU requiem, com o alinhamento que EU não autorizei, com as notas trocadas da forma que EU não quero ouvir tocar no dia em que por mim chorarem...

Dragged down, rubbing my face in the ground... No time for the undecided, I wanna know why I've always felt alone!

Só uma palavra mais, para aqueles que, como eu, tinham por hábito colocar online pedaços das suas mais incompreensíveis solidões, e que por motivos vários deixaram de o fazer: "Quem escreve constrói um castelo, e que lê passa a habitá-lo"... E não é destruindo esse castelo que os seus "moradores" se esquecerão dos bons momentos que nele viveram...

Paralyzed. Nothing's getting through to me... Hypnotized from all my surroundings.