Until the Last Moment



Sem comentários... Se a música é mesmo sobre "apreciar a vida", como ele diz, então a forma como eu a sinto demonstra bem tudo o que sou, na forma de uma antítese a tudo o que de bom elas (a vida e a música) oferecem...

Close (Even More To The...)


(Imagem: Link)


Tão incaracterístico e incomparável como o sabor que fica na boca a seguir ao vómito. É assim que se define a frustração e tristeza profundas que se apoderam da alma, sempre que um qualquer sonho morre, indigno de ser concretizado pelas mãos de quem a vida jamais soube aproveitar.

No fundo, o ódio que desde sempre sentimos por um mundo e uma sociedade que sempre nos rejeitaram, é a base para um insucesso a todos os níveis que, por mais que tentemos, jamais conseguimos ultrapassar.

Existe a natural sede de vingança, mas não tenho no corpo inteiro, ossos suficientes para esmagar, sangue suficiente para afogar os risos de desdém que sempre ouvi. Sustenho, apenas, uma revolta tão grande que era capaz de fazer explodir o planeta, no caso de serem materializáveis os sentimentos maus que dentro de mim habitam... Chamem-me monstro se quiserem, mas é isto que eu sinto.

E não, meus amigos, eu não sou um escritor. Sou apenas um vulgar mortal, capaz de tingir com palavras a brancura de um qualquer fundo branco, salpicando-vos o cérebro com pseudo-relatos de uma vivência insossa e frustrante, como tantas, como poucas...
Admiro essa vossa resistência, a dos poucos que nunca "me" abandonaram nos últimos dois anos, ao longo de um projecto de valor questionável, como é o de um blog nos dias que correm... E por mais que sinta que os nossos (meu e deste espaço) desfechos estejam cada vez mais próximos, jamais esquecerei determinadas palavras, da vossa parte, que pontualmente me fizeram sorrir e impediram que deixasse de escrever.

Por tudo, e por nada... Obrigado.



Richard Wright


Uma das maiores pérolas de sempre, uma das minhas 10 músicas favoritas de todos os tempos, em jeito de homenagem a todos os génios que vão partindo sem que quase ninguém queira saber neste país medíocre, e neste caso concreto refiro-me a Richard Wright, teclista, por vezes vocalista desta mesma banda, que recentemente desapareceu sem que disso quase nenhum órgão de comunicação social desse conta, pelo menos de uma forma efectiva que dignificasse a vida de tão influente personagem na cena musical dos últimos 30/40 anos...

Mais não se pode esperar, de um país que ainda discute os episódios das novelas, os pseudo-programas de "diga lá a verdade e destrua a sua família porque andou a fazer m3rd4 e nós agora descobrimos" e, porque não, ainda e sempre, os touros de morte, sim, porque esta gente ainda se preocupa com a "moral" ou a falta dela que está implícita no acto de sacrificar ou não o animal na arena, depois do tratamento de príncipe a que é sujeito durante todo aquele tempo em que o seu lombo é perfurado por ferros aos olhos satisfeitos de uma multidão que regozija com a "festa brava"... Afinal o problema é mesmo acabar-lhe com o sofrimento, isso sim é mau, isso sim deve ser proibido, faz uma diferença enorme depois do estado em que o animal é deixado, sangrando por todos os poros num sofrimento atroz que impressiona até os menos impressionáveis, como eu...
Poderá isto ser tolerado em países que se digam primeiro-mundistas...?

Mas isso também não interessa nada, é apenas um termo de comparação que nada tem a ver com a premissa deste post.
E como já me alarguei em demasia, fica apenas um sentido e sincero... Rest In Peace, Richard Wright.

Lost, and... Found?


(Imagem: Link)


Não, jamais se esquecera de como trilhar os velhos caminhos da exaustão, simplesmente já não era capaz de recordar a fórmula exacta de uma química outrora utópica, e por hora mais negra que o espectro de passados decadentes, infinitamente presentes dentro de si, soltos e transportados com a corrente do sangue que percorre cada milímetro do seu corpo, também ele decadente como a alma, sedenta de algo novo que a transporte além do arco-íris, além da linha intransponível de um imaginário que nunca viveu realmente.

Navegara sem destino tempo suficiente para saber quando parar, mas não era capaz… Era demasiado medroso, um cobarde sem língua que despejasse no ar a podridão do cérebro, e assim o obrigava a afogar-se nos seus próprios medos, na imensidão do vazio que era a sua vida, na cruel intensidade de uma dor por demais profunda, tanto que nem uma ferramenta dos deuses seria capaz de a arrancar daquele coração ferido, perdido, demasiado velho para ser ressuscitado.

Nem a aparente acalmia das águas conseguia tranquilizá-lo. Afinal, o que teve de tranquila a sua vida, em todos aqueles anos de pseudo-existência? Ainda que o presente não seja envenenado, como de costume, cedo ele tratará de o moldar, amassar, e adaptar à sua mediocridade, por forma a auto-excluir-se, uma vez mais, das parcas possibilidades de salvação que esse mesmo presente acarreta, no interior do seu enorme pacote de sensibilidade e bom senso…

Amén.