My Own Timelessness...

Havia guardado isto para o dia em que decidisse colocar um ponto final neste mal-amado Life Is Killing Me.

Mas porque hoje me sinto particularmente nostálgico, eis que vos deixo com a minha interpretação pessoal daquela que é, porventura, a música que mais me marcou desde sempre: Timelessness, dos Fear Factory.




O vídeo foi criado por mim há cerca de dois anos, e mais não é que um simples slideshow de imagens retiradas do site deviantart.com, muitas das quais utilizadas também aqui no blog, como ilustração de alguns posts mais antigos.

Esteve (e continua a estar, por uma questão de respeito a todos aqueles que o comentaram e colocaram nos seus favoritos) exclusivamente hospedado no YouTube, mas desde que os gerentes desse luxuoso hotel cibernético se viram na contingência de ceder aos caprichos psicóticos dos grandes papões da indústria musical, fui obrigado a silenciá-lo, "ah e tal, direitos de autor, reclamados por terceiros, bla bla bla..."... (E a mudança para a concorrência foi inevitável.)


Não será este, porventura, o derradeiro post deste blog. No entanto, e como decerto repararam todos os que me acompanham desde sempre, a inspiração há muito que se desvaneceu, pelo que o sentido de continuar a escrever, nestes moldes, é parco, senão inexistente.

Tudo me soa demasiado familiar e repetitivo, as minhas próprias palavras mais não são que os despojos dos dias tristes da minha existência, que amiúde se foram multiplicando e há muito tomaram conta de mim, tapando-me um sol que raramente vi, ou senti.

Facilmente se percebe que o processo de morte associado à vida, que o título deste blog sugere, está muito próximo da sua conclusão.

E enquanto esse dia não chega, resta-me agradecer a todos os que jamais deixaram de fazer notar a sua presença, através de palavras que, de uma forma ou de outra, sempre contribuiram para a tal inspiração que agora me falta, motivando-me a continuar um projecto que sempre teve bastante valor para mim, mas que agora, e cada vez mais, se vai revelando um fardo relativamente pesado: o dever moral de não vos desapontar, associado ao crescente vazio dos meus dedos, é uma mistura explosiva com a qual não posso, nem quero, continuar a brindar-vos.

Dito isto, despeço-me com um até breve que pode muito bem ser um até sempre, dependendo de tantas coisas, que nem vale a pena enumerar...

Au revoir...

Great, Big, White World

(Imagem: Link)


O mundo jamais parava, e era esse o seu maior problema.

Os ossos do pescoço estavam demasiado habituados a pender para o lado direito, olhos demasiado enraizados na imagem passada do retrovisor, jamais capazes de vislumbrar a vida que, supostamente, existe do lado de fora.

Não era mais que um inerte passageiro num veículo desgovernado chamado Vida.
Reprovara em quase todos os exames, abstera-se de procurar formas alternativas de respirar sempre que o fornecimento de ar lhe era cortado, deixara-se ir tempo suficiente para que todos acreditassem que já não era capaz de voltar... Ele próprio, inclusive.

E à falta de estórias escabrosas do arco da velha para contar na primeira pessoa, salvem-se as dos outros: dos suficientemente loucos para desafiar as regras, dos suficientemente lúcidos para não se deixarem apagar, dos suficientemente acomodados para viverem dos pequenos nadas que conquistam e dos quais se vangloriam como se de importância revestidos, os nadas, tantos nadas...

Um dia também ele terá as suas. Estórias! Poderá então ombrear com os homens de barba rija, os vividos que saboreiam uma caneca de 0.40 como se da bebida dos deuses se tratasse, sem se importarem minimamente com os olhares de desdém lançados pelos que são orgulhosamente alguém na tal selva social, pois são felizes à sua maneira... No seu grande, grande mundo branco.

But I'm not attached to your world
Nothing heals and nothing grows
Because it's a great big white world
And we are drained of our colors...

The Path To Decay


Uma menina bonita com uma voz agradável (ou não tivesse ela sido seleccionada entre mais de 500 candidatas para substituir a anterior vocalista), num registo para embalar metalheads com um instrumental interessantíssimo a rematar uma produção simples e extremamente aprazível (mas não excelente) do habitualmente competente Patric Ullaeus (também director de vários videoclips de bandas como os In Flames, inclusivé do último aqui publicado, Come Clarity). Enjoy...

Nota: Uma vez que está em HQ (característica preferencial na minha selecção de vídeos), aproveitem para colocar em fullscreen, vão por mim, vale a pena.

Mean Machine Me

(Imagem: Link)



Sorvestes-me a vida durante todos estes anos, e agora quereis milagres?

Pessoal... Eu sou humano, lembram-se?

Não, claro que não.

"Tu és uma máquina que processa humilhações, transforma-las em energia servil como ninguém, e é por isso que te conservamos, caso contrário serias há muito sucata."

...

Esqueceram-se do spray para a ferrugem. Seus incompetentes, nem para vós sois bons! Então esperavam que o robôzito durasse para sempre, sem uma manutençãozita de quando em vez, só naquela de conservar os parafusos bem apertados, não fosse ele avariar repentinamente, e depois, o que seria de vós?

Too late, my friends... Too goddamn late.

Hoje a lata de conservas entrou em modo de segurança. O chipset auto-reprogramou-se, depois de ter atingido o limite máximo de "arremessos de saias ao ar" para os quais estava preparado.

A versão 2.0 está agora instalada.

De hoje em diante, esperem o mínimo possível. A máquina ganhou vontade própria, já não cede perante os caprichos de rebentos mimados intocáveis e imunes a quaisquer castigos.
Já não verga perante argumentos podres de cérebros esclerosados, a partir de hoje é ela que assume o comando do seu próprio destino, e se eu fosse a vocês, teria imenso cuidado...

Dizem que as descargas de energia são nocivas aos seres vivos, o melhor é acautelarem-se, não vá o tio LuLu tecê-las de novo, e a tragédia abater-se sobre as vossas cabeças... Again.

Come Clarity




I want you to lead me, take me somewhere... Don’t want to live in a dream one more day...

Hyperborea

(Imagem: Link)


A mente esmorece, empobrecida pelas vivências decepcionantes, conversas dormentes de línguas apodrecidas pela ausência de mundo, em queda livre.

Convencei-vos de uma coisa: eu não sou luz, se algum dia me vistes como tal, pois decerto vistes mal ou não seria eu, com certeza.

Eu cá sou trevas desde sempre. E por mais que vos esforceis, tentando impingir-me humanidade, jamais conseguireis fazer sair da toca, o animal ferido e ensanguentado que se esconde de vós em mim, porque pode, porque quer!

E ainda que o sonho me transportasse até à ilha da eterna utopia, onde nunca escurece e as pessoas vivem mais de mil anos, acreditem: transformá-la-ia em pesadelo, matar-lhe-ia os sóis, dizimar-lhe-ia, impiedosamente, todas as esperanças - ou não fosse eu a personificação de todo o mal, a causa de todas as desgraças, e o motivo de todos as lágrimas.

E quanto mais morrerdes em mim, maior será o impacto no mundo, de todas as fúrias que me consomem: por não poder salvar-vos do sufoco a vós imposto, aquando da minha criação...

...I wonder how death shall ever set me free, when there's even in this darkness no place for us to be...