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Abri os olhos e já lá não estavas.
A cama pareceu-me maior que nunca, cheia de um gelado vazio, no lugar que por ti antes fora aquecido.

O coração agita-se e parece querer saltar fora do peito.

"A pressão do sangue nas artérias é tão alta que há-de matar-te, rapaz."

Pouco me importa. Se da maior liberdade me privas, liberta-me ao menos do peso tremendo de uma vida em constante desnorte. Não deixes que me leve por fim, a loucura que espreita por baixo da porta, furiosa, desejosa de me tomar nos seus braços e sugar o que de mim resta, alimentando-se por fim, depois de tanto esperar.

Eu não sou a alvorada que consola de manhã os vossos corações tumultuosos.
Sou, o perpétuo trovão que vos assusta e queima, nas noites frias das vossas inquietudes.

A mais não aspiro. Mais não me exijam. Tende piedade de mim.

aMéN.

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