Liberdade, dizem eles.
Lá do alto das suas imponentes cadeiras, julgam ser reis e senhores da tal "democracia". Essa, que segundo as sábias palavras de um certo compositor português ligado à revolução de Abril, será supostamente "o pior de todos os sistemas, com excepção de todos os outros".
Não tive o azar de viver nos tempos de opressão, confesso. Imagino-os como o pior dos cenários possíveis. Socialmente, julgo, este país jamais alcançará o nível das sociedades nórdicas, muito por culpa desse atraso de 50 anos que constituiu o tempo do fascismo.
Daria muito pano para mangas, tal discussão, mas não entrarei por aí. Sou da opinião que Portugal jamais avançará, social, política e economicamente, enquanto todos os "velhos do restelo" não se encontrarem sete palmos abaixo, dando lugar a mentalidades potencialmente mais abertas a todo e qualquer género de progresso.
Porém, a caminho do quarto de século de existência terrena, desempregado e sem qualquer espécie de perspectivas de futuro, questiono-me permanentemente: o que vai ser de nós?
Os tempos mudam e as mentalidades também. Mas estarão elas suficientemente expeditas para assegurar o futuro a médio prazo? Serão os jovens de hoje capazes de assegurar a si próprios, e aos seus filhos, um futuro melhor que aquele vivido pelas suas anteriores gerações?
Sem querer ser "agoirento", uma sociedade que incentiva os jovens à total ausência de cultivação pessoal, deles não pode esperar muito.
A geração das pseudo-revistas juvenis (com ofertas variadíssimas que vão do creme esfoliante (WTF???) ao poster gigantesco do bonzão da novela das 7 em trajes menores (WTF2???)), a geração dos anjinhos que agridem professores por causa de um telemóvel, ou da menina do papá que obtém qualquer coisa num ápice, só porque aos olhos do progenitor é uma santa (sendo que por trás o desrespeito pelos outros é visível a qualquer um), nada tem para oferecer a si própria, quanto mais ao país e ao mundo. Mas a culpa não é deles. Afinal são livres, não é verdade? A Liberdade.
25 de Abril de 2008. Estagnação. Resignação. Dormência. Hipocrisia. Medo.
Alguma destas rima com Liberdade? ...
(Sintam-se Livres para deixar a vossa opinião.)
Lá do alto das suas imponentes cadeiras, julgam ser reis e senhores da tal "democracia". Essa, que segundo as sábias palavras de um certo compositor português ligado à revolução de Abril, será supostamente "o pior de todos os sistemas, com excepção de todos os outros".
Não tive o azar de viver nos tempos de opressão, confesso. Imagino-os como o pior dos cenários possíveis. Socialmente, julgo, este país jamais alcançará o nível das sociedades nórdicas, muito por culpa desse atraso de 50 anos que constituiu o tempo do fascismo.
Daria muito pano para mangas, tal discussão, mas não entrarei por aí. Sou da opinião que Portugal jamais avançará, social, política e economicamente, enquanto todos os "velhos do restelo" não se encontrarem sete palmos abaixo, dando lugar a mentalidades potencialmente mais abertas a todo e qualquer género de progresso.
Porém, a caminho do quarto de século de existência terrena, desempregado e sem qualquer espécie de perspectivas de futuro, questiono-me permanentemente: o que vai ser de nós?
Os tempos mudam e as mentalidades também. Mas estarão elas suficientemente expeditas para assegurar o futuro a médio prazo? Serão os jovens de hoje capazes de assegurar a si próprios, e aos seus filhos, um futuro melhor que aquele vivido pelas suas anteriores gerações?
Sem querer ser "agoirento", uma sociedade que incentiva os jovens à total ausência de cultivação pessoal, deles não pode esperar muito.
A geração das pseudo-revistas juvenis (com ofertas variadíssimas que vão do creme esfoliante (WTF???) ao poster gigantesco do bonzão da novela das 7 em trajes menores (WTF2???)), a geração dos anjinhos que agridem professores por causa de um telemóvel, ou da menina do papá que obtém qualquer coisa num ápice, só porque aos olhos do progenitor é uma santa (sendo que por trás o desrespeito pelos outros é visível a qualquer um), nada tem para oferecer a si própria, quanto mais ao país e ao mundo. Mas a culpa não é deles. Afinal são livres, não é verdade? A Liberdade.
25 de Abril de 2008. Estagnação. Resignação. Dormência. Hipocrisia. Medo.
Alguma destas rima com Liberdade? ...
(Sintam-se Livres para deixar a vossa opinião.)
3 comentários:
é um dos lados da moeda. há o outro, aquele em que até lutamos pelas coisas
em que até respeitamos os professores e nao colocamos fotografias no hi5 ligeiramente tapados em poses... nem sei que palavra usar (ridículas? inacreditáveis? desrespeitosas? hm?) em que até pensamos em estudar e ate conseguimos um bom emprego. em que ate nos sabemos conter e nao compramos o ultimo modelo na bmw so porque o vizinho tem o anterior, e temos que ser mais que os outros (em portugal é assim, e é por isso que anda tudo com a corda ao pescoço, fazem-se mais do que têm ou podem)
dps há sempre ovelhas negras,como em todas as sociedades.
falta-nos apostar na agricultura e encontrar substituto definitivo para o petroleo.
e para la caminhamos.
e dps poderemos chegar alto.
e em 34 anos de democracia as coisas melhoraram muito.
E depois tu dizes "substituto para o petróleo - para lá caminhamos, estás enganada". és capaz de ter razao.
Mas quero acreditar que este Portugal ainda tem muito para dar. Nao que morra de amores por este pedaço de terra, mas... fico-me pelas reticências.
um beijo
infelizmente, qd falam neste "glorioso" dia, ninguem fala das injustiças cometidas nesta data. ao principio pode parecer que nao tem nada a ver, mas tem a ver c a nossa mentalidade tacanha. ninguem se lembra de ensinar aos putos de 5º ano q nessa altura sanearam muitos professores catedraticos e puseram la jovens que mal tinham tirado o curso. pk? porque era essa a ideia que eles tinham de cortar com a tradiçao. vamos acabar com os donos das fabricas e dos terrenos, tb.vamos entregar a chefia aos camponios que nem sabem ler (pk 80% do povo era analfabeto, relembro-vos). errado! tacanho, tipico portugues! que mais vamos fazer? ah sim, ate com a procissao de nossa senhora da saude acabaram em lisboa. agora, eu nao sou defensora de nenhuma religiao em particular, ate passo bem sem ela, mas na minha optica de humilde cidadã, parece-me ridiculo que proibam tradiçoes so porque fazem parte do passado, passado esse que tinha um regime dictatorial. e de novo, isto pode apenas ser a maneira como eu vejo as coisas, mas continuamos a ser os mesmos "manueis" e "marias" de caneta na orelha, escondendo a nossa tacanhice atras de roupas de marcas e cds de (yuck!) tokio hotel. n sei se hoje fariamos tais barbaries cm as q foram cometidas durante o 25 de abril. espero que nao. mas apesar de tudo o que mudou, a mais importante ficou empoeiradamente na mesma.. a nossa mentalidade de "tuga". isto tem que mudar. e depressa. chega de estupidificaçao e de interpretaçoes superficiais de conceitos importantes.. chega de todas estas tretas que a nossa liberdade nos permite fazer (como oos semi-espancamentos de profesores a que o ilustrissimo autor se referiu). mas ja me alonguei demais e ate ja perdi o fio a meada. infelizmente, eu ainda sou daquelas que anda a pregar aos peixes, qual santo antonio.
Sabes que quando tive em Londres conheci gente um bocadinho de todo o mundo, e todos eles se queixavam das mesmas coisas que nós portugueses em termos politicos e afins..
E um pequeno à parte, quando tinha 12/13 anos também lia dessas revistas que trazem esfoliantes de oferta, e nao me considero nada pouco culta. Acho que ha idades pra tudo, e é ridiculo esperar-se que uma criança que acaba de entrar na adolescencia leia Platão e afins.
Era muito feliz quando lia as revistas com os posters dos actores que achava lindissimos, e nao eh por isso que acho que cresci uma pessoa pior :)
beijinhos ****
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