Cinco Minutos de Jazz

(personal freedom, by Zhania, deviantart.com)



Ausência de dignidade ou exercício de liberdade?
Escravidão ou voluntariado, repulsa ou prazer?

Diz-me tu, mulher. Porque me perguntas o nome, ou de onde venho, se comigo porta fora não sairás? Se de mim mais não obterás senão cinco minutos da mais casual das conversas? Se mais não podes augurar, além do indisposto olhar, melindrado pela ambiência desconfortável, ou de um ouvido satisfeito pelos "discípulos de Judas" que tão boa conta de si dão, no televisor ao canto da sala.

Não podes, não vais, nem és… Apenas não sabes isso. Por detrás desse rosto forçosamente sorridente, reside porventura o mais animal dos medos. Ainda que a vã esperança de uma vida melhor vá chegando para pagar tal "despesa" psicológica, jamais será suficiente. Para te proteger da podridão de uma humanidade contra a qual não te permitem lutar. Para te curar dos males físicos que ficarão para sempre, por mais que tentes apagá-los.

Fosse o mundo um sítio perfeito, e jamais te haveria conhecido. Cemitério de almas como poucos, soulless house of the rising Sun.

Pudera eu ajudar-te, e o próprio sistema ficaria um pouco melhor equilibrado.

Não posso, não vou, nem sou. Fica só este medíocre exercício de uma das poucas liberdades que me restam. Afinal não somos assim tão diferentes… Que mundo este, hum?

Dust in the wind. All we are is dust in the wind…

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