Decadência

(Death in the fog, by Owll, deviantart.com)


Épica. A explosão dos mundos sentidos, o brilho que momentaneamente invade as trevas, a ilusão de todos os sonhos palpáveis à distância de um ano-luz.
Palpa-se o chão em busca do alçapão que dá para as estrelas. Empoeirado, preenchido pelos mais variados fragmentos de todos os malignos viveres.
É estridente o urro de dor, a cada corte, a cada recordação de um passado tortuoso. Mistura-se o sangue com o sorriso de satisfação a cada centímetro ganho. The absence of light. O sonho continua a comandar a vida, apesar de tudo, apesar de ti, e de ti, e de ti...

Invisível, no meio das trevas, alguém observa atentamente o desenrolar da acção. Controlador, de arma em punho, irónico e mordaz. Permite-lhe a momentânea felicidade, adiando até ao último instante o tiro certeiro que o levará dali para fora. Exalta, com o prazer de lhe tirar a vida no preciso momento em que alcança o tal alçapão. É aquela a sua diversão. A diversão da sinistra divindade que acabou de vez com a maior aberração da história da natureza.

Descansa em paz. Et lux perpetua luceat eis, exaudi orationem meam, ad te omnis caro veniet...


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