Oh Me



If I had to lose a mile
If I had to touch feelings
I would lose my soul
The way I do
I dont have to think
I only have to do it
The results are always perfect
And thats old news
Would you like to hear my voice
Sweetened with emotion
Invented at your birth?
I cant see the end of me
My whole expanse I cannot see
I formulate infinity
And store it deep inside of me *



*Ainda que muitos pensem tratar-se de um tema dos Nirvana, este é o original, Meat Puppets.

Auto-Retrato

(Imagem: Aqui)


Eu queria mesmo falar. Coisas, sei lá, sobre pessoas, essencialmente. Contar histórias que eu conheço, no tom mordaz e irónico que tão bem me caracteriza enquanto pessoa, pelo menos, a avaliar por aquilo que os outros dizem... Mas não posso.

E não posso porque, em abono da verdade, eu não sou ninguém para o fazer. Afinal, eu sou apenas um menino mimado que nunca aprendeu a viver. Ou isso, ou a eterna incompreensão em dois actos (do mundo perante mim, e minha perante o mundo e as pessoas que me rodeiam) não passa de uma invenção minha. Mas se assim fosse, porque é que eu sofreria desta forma? Alguém é capaz de me explicar o porquê de eu me sentir tão miserável, em cerca de 99.9 por cento do tempo útil de um dia? Todos os dias?

Que não pertenço aqui, sempre o soube. Mas... Onde pertenço afinal? Será que eu pertenço a lugar algum? Não conheço esse sítio, se é que ele existe. Como também não conheço as pessoas que nele habitam, para que, mediante esse termo de comparação, pudesse aquilatar das diferenças e resolver, desse modo, a dúvida que acima resumi, entre parêntesis.

A minha vida será sempre um mistério, contudo. Para mim próprio, primeiramente, pois jamais conseguirei perceber como foi possível a mãe natureza ter permitido o meu nascimento. A bem do equilíbrio de todos, esse era um erro que não poderia ter sido cometido.
E depois, para os outros, que me são próximos, e jamais conseguirão entender os meus próprios porquês. Afinal, eu também não entendo os deles, e reside porventura aí o factor de cisão irreversível que transforma num pesadelo toda e qualquer espécie de tentativa de relacionamento interpessoal entre mim e o mundo...

Oh to sail away, to sandy lands and other days... Oh to touch the dream, hides inside and never seen...


Devaneios, Devaneios


(Imagem: Aqui)


A perfeição dos sons, em contraste com o espírito, turbulento e fugidio. Pensamentos que flutuam pela imensidão do infinito, transmitem ideias de sensações jamais descobertas. A insignificância terrena do homem, reflectida na impossibilidade de atingir os limites dos seus próprios sonhos... A esperança, porventura vã, de que afinal tudo não acabe aquando da chegada do tal fim.

Um dia, os meus olhos mergulharão para sempre na impenetrável e infinita ausência de luz. Não me assusta, tal cenário. No fundo, o pesos da balança estão cada vez mais desequilibrados, por mais que as pessoas não o saibam, ou pior, não queiram saber. A vontade de derrubar paredes com martelos de borracha já foi maior do que é. As forças esgotam-se e tónico algum consegue revigorá-las. Ao contrário do que a publicidade propaga, não há asas. Nem marretas, gruas ou qualquer outra forma de contornar os muros de betão que eu próprio ajudei a erguer, e me impedem para sempre de seguir o meu caminho.

É bem feito.


Rock And Roll!


Se esta não é a melhor banda de todos os tempos, só quero que me digam: qual é, então?
...

Lips Like Morphine




Fica só mais um pouco. O perfume que emana do teu corpo não é nada, comparado à doçura das tuas palavras. Tão singelas e ternas, que quase acredito nelas. Nessa maré de expressões e frases pré-fabricadas que repetes a todo o momento. Sobre pessoas e lugares, sensações e sentimentos, o tempo que faz lá fora ou a fluência do negócio. Tentando fazer com que cedam à tua vontade, pura ou forçada, pouco importa. O importante é perceber o espírito da coisa, e entrar. No jogo.

Sabes que não tens hipóteses, mas és persistente. Afinal, não sabes fazer mais nada. É essa a triste realidade da tua vida. Mesmo que quisesses, não saberias fazer mais nada. E é apenas e só por isso, que não vales nada. Um corpo sedutor não chega para compensar a areia que existe no lugar do cérebro.

Doce Giovanna, cruzaras-te comigo num outro lugar qualquer, e decerto te convidaria a conhecer algo mais que o meu nome. Afinal, não é todos os dias que temos a oportunidade de "lavar a vista" com uma beldade como tu. Lips like morphine, face like the angels, fallen from the Sky.

Arriverdeci!


Decadência

(Death in the fog, by Owll, deviantart.com)


Épica. A explosão dos mundos sentidos, o brilho que momentaneamente invade as trevas, a ilusão de todos os sonhos palpáveis à distância de um ano-luz.
Palpa-se o chão em busca do alçapão que dá para as estrelas. Empoeirado, preenchido pelos mais variados fragmentos de todos os malignos viveres.
É estridente o urro de dor, a cada corte, a cada recordação de um passado tortuoso. Mistura-se o sangue com o sorriso de satisfação a cada centímetro ganho. The absence of light. O sonho continua a comandar a vida, apesar de tudo, apesar de ti, e de ti, e de ti...

Invisível, no meio das trevas, alguém observa atentamente o desenrolar da acção. Controlador, de arma em punho, irónico e mordaz. Permite-lhe a momentânea felicidade, adiando até ao último instante o tiro certeiro que o levará dali para fora. Exalta, com o prazer de lhe tirar a vida no preciso momento em que alcança o tal alçapão. É aquela a sua diversão. A diversão da sinistra divindade que acabou de vez com a maior aberração da história da natureza.

Descansa em paz. Et lux perpetua luceat eis, exaudi orationem meam, ad te omnis caro veniet...


The Logical Song


Em jeito de muita coisa: homenagem a uma das grandes bandas de sempre, Supertramp, aqui na voz do seu vocalista, muitos anos depois do seu "boom"; homenagem aos meus próprios tempos de infância, desde sempre me recordo de adorar esta música; e homenagem a todas as pessoas que triunfaram na vida, à custa das maiores provações, e que cresceram um pouco à imagem da própria letra da música.

(At night, when all the worlds asleep, The questions run so deep for such a simple man. Won't you please, please tell me what weve learned? I know it sounds absurd, but please tell me who I am.)