A(s) Estátua(s)

(Thorn, by Circuli, deviantart.com)


Profano, talvez. Insano, decerto. A que sabe a loucura? Sabem responder-me a isso? ... Conheço quem saiba... Mas já perderam o paladar, presumo, a avaliar pela insensibilidade à podridão das coisas que saboreiam, sem que de tal realidade se apercebam.

O tempo passa e as pessoas mudam. Mas até que ponto? Até ao ponto de se perderem definitivamente num mar de falsas certezas acerca de tudo e todos os que os rodeiam, a pontos de mergulhar em queda livre, em direcção ao NADA, sem que nada nem ninguém os consiga travar?

Sim... As pessoas mudam a esse ponto. Ou talvez, sempre tenham sido dessa forma, sem que nós, que nos julgávamos próximos delas, nos apercebesse-mos do quão miseráveis eram, desde sempre... E nesse caso, NÓS é que somos idiotas. NÓS é que somos vulgares, nem a perspicácia e a inteligência que julgávamos possuir nos podem salvar de tamanha desilusão. Acreditem... Resumimos-nos a um insignificante amontoado de NADAS, somos um zero à esquerda, quando pensávamos sê-lo à direita, quando julgávamos ser "aquele que fazia a diferença".
Um só grão de areia não equilibra a balança, se do outro lado estiver um elefante...

Posto isto, o que somos nós afinal? O colchão de ar que apara a queda livre daqueles de quem gostamos, depois de lhes termos dado mil e uma razões para não saltarem? Depois de lhe termos garantido que o caminho que percorriam era errado, ainda que o certo não soubéssemos com certeza?

Arranjem-me um antónimo para a palavra "egocêntrico", e vos darei a receita da minha própria inexistência. Dir-vos-ei, ponto por ponto, como se cozinha a frustração, como se tempera a desilusão, e qual o digestivo mais eficiente para o síndrome de "sonhos-destruídos"...
Mas não me ataqueis com os mais comuns, esses não servem perante a magnitude daquilo que não sou. Algo mais substancial, por favor - mereço isso, ou não?

Dizia Confúcio, "Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos". Como tinha razão, aquele homem... Tão sábio, que haviam de erguer-lhe uma estátua, por cada vida salva por tais palavras...

Acreditem se quiserem, mas por aqui não há quem queira fazê-las...

Once divided, nothing left to substract... Some words when spoken, can't be taken back...


1 comentário:

Joana O. Marques disse...

And he who forgets...will be destined to remember.. A minha banda preferida e uma das minhas músicas preferidas.. subiste sei la quantos pontos na minha consideração :) gostei mesmo muito deste texto e identifiquei-me em cada frase.. Já escrevi um parecido em tempos.. gostei de ler :) beijinho :*