FIM

Aproxima-se, finalmente. A uma velocidade tal, que consigo cheirá-lo, senti-lo cada vez mais próximo de mim, o tal FIM. O derradeiro capítulo de uma história que nunca deveria ter sido escrita, quanto mais narrada ou publicada, exposta a um mundo que nunca a soube ler, um mundo que nunca compreendeu a verdadeira razão da sua existência.

Eis que exponho então perante os vossos olhos, um resumo da mesma. Sem nada a perder ou ganhar, abro o meu coração a quem o quiser auscultar, através destas simples palavras que de uma forma simplista, vos ajudarão a perceber o porquê de, um dia, em que na vossa barra de endereços digitarem este, um mês, um ano, uma vida se passará sem que algum dia voltem a ler um novo post deste ser que em breve estará, possivelmente, melhor que todos vós...

Durante a minha existência de pouco mais de vinte anos, nunca fui realmente feliz. Razões são muitas, demasiadas. Da instabilidade emocional provocada por factores tão diversos, como a inexistência de estabilidade dentro de casa, ou o facto de em criança sempre ter sido o gordo caixa d'óculos lá do sítio, aquele com quem todos gozavam e de quem ninguém queria ser amigo... ficaria aqui a escrever indefinidamente. O que porventura seria uma fase passageira, prolongou-se pela adolescência, que diga-se, nunca cheguei a ter.

Nunca fui pessoa de lutar muito por objectivos. Das poucas vezes que o fiz com convicção, saí derrotado, uma e outra vez... Exemplos? Na escola - uma simples disciplina fez com que o único sonho de infância que restava se desvanecesse, o tal diploma final tão ambicionado não chegou a ser impresso, jamais.
No capítulo sentimental - o descalabro foi tão monumental como o resto da história. Da menina que queria ser freira, passando pela dama de ferro de Cascais, pela prima... e acabando na Única. E foi aí, na Última, que tudo se decidiu. Foram tempos conturbados que puseram em evidência as minhas fragilidades mais gritantes, a minha força mais adormecida, a minha resistência, a minha "parte" boa, a minha parte má... Bem analisadas as coisas foram os melhores tempos da minha vida, aqueles oito meses. No entanto, o meu processo de auto-destruição já estava em marcha há muito, e as coisas saíram fora do meu/nosso controlo.Foi com naturalidade que o sonho se desmoronou, tão depressa como tinha sido construído...
A partir daí, nada mais fez sentido, nada mais funcionou... Depois daquela noite, cada dia que passou mais pareceu um ano, um pesadelo do qual não é possível acordar...
Acreditei, confesso, que iria conseguir superar, uma vez mais, tão forte "tempestade"... Mas já não foi possível... O cérebro já não era capaz de responder à chamada.

Lamento imenso tudo o que fui e sou, por todas as pessoas que amo e fiz sofrer. Elas sabem do que estou a falar. Arrepender-me-ei para sempre das escolhas erradas que fiz... E assumo aqui perante todos a minha responsabilidade, única, por todas elas. Que ninguém se sinta, alguma vez, responsável por o que quer que seja. Tudo o que fiz, farei, é apenas da minha responsabilidade exclusiva.

À minha mãe, minha única e verdadeira amiga, que sempre fez tudo o que esteve ao seu alcance para que eu pudesse ser feliz e ter uma boa vida, o meu eterno agradecimento. Por ser a pessoa maravilhosa que é, por ser a pessoa mais forte que conheço, por existir, apenas. Nunca vou deixar de te amar, onde quer que esteja...

À minha avó, que ajudou a criar-me, e cujo amor incondicional não tem fim, o meu agradecimento mais que sincero, verdadeiro.

E à Única, a promessa de amor eterno, e o meu muito obrigado pela paciência que teve comigo durante aqueles tempos... Tu sabes ao que me refiro... Para ti, um pequeno poema que diz quase tudo...

"I wish you were my eternal
Star so bright in the sky
Purple flower of mine
Wishes, yet so forgotten...

Harmony, yet so forgotten...

Whisper silence as you cry
Dreams of hatred so divine
Dying, is goddamn light..."

E assim termino este pequeno desabafo, em forma de agradecimento final. Não excluo a possibilidade voltar a publicar o que quer que seja, até ao final do ano. Se tal acontecer, o presente post deve ser interpretado como o último, o derradeiro deste espaço. Porém, se este for mesmo o último, desde já o meu mais sincero obrigado a todos, pelo tempo despendido na leitura destas missivas, tão inúteis como a minha própria existência.

Obrigado

1 comentário:

Sílvia disse...

Tenho saudades suas, jovem. A sua ausência inquieta-me; que se passa? Quero que saiba que penso em si muitas vezes, meu amigo. Espero que regresse, renascido das cinzas...

Um beijo,
a sua amiga e sua Druidess.