Adrenalina



Parou de chover por instantes... E a alegria voltou! Pálida e efémera é certo, como um sorriso sincero de alguém que acabou de ouvir em murmúrio, uma palavra carinhosa da única pessoa cujas palavras carinhosas significam algo de verdadeiramente especial. A adrenalina soltou-se por instantes, poderosa, como raramente havia acontecido anteriormente. Uma sensação de poder invadiu então cada recanto daquele ser turbulento, o mundo esteve a seus pés naquele curto espaço de tempo. É incrível como tão pouco é por vezes tanto, quando tudo o resto é tão cinzento, tão monotonamente repetitivo, doentio, desesperante...
O regresso à normalidade teve então um impacto menos negativo que o espectável, pois a esperança não se desvaneceu como outrora... O dilúvio que entretanto se abateu sobre o lugar, não mais trouxe que uma pequena inundação, mas o sorriso cínico, pela primeira vez, não se esbateu, e continua lá estampado naquela face, cujos olhos desgastados brilhavam hoje como nunca antes acontecera...

2 comentários:

Anónimo disse...

Tavas inspirado! sim senhor, gosto da tua maneira de escrever (apesar de as vezes me parecer que é exagerada) felicidades
jito

Demian disse...

Obrigado Catarina, mas gostaria de entender um pouco melhor o que queres dizer com "apesar de as vezes me parecer que é exagerada". As criticas sao smp bem vindas... Um beijo