Sensus Catholicus

(Imagem: Link)


Os que acodem à podridão, insectos pestilentos que mãos não temos para sacudir da face, predadores também eles, insignificantes nesta selva minúscula que nos atola e vai sugando, sabe-se lá até onde...

Como podemos sobreviver, se máscaras não possuímos, se botas não nos protejam destes chãos mortais, quem julgamos ser para merecer a honra de persistir, contra todas as coisas?

Somos cães raivosos sedentos do sangue das ovelhas que nós próprios criámos.

Somos as larvas vorazes que devoram tudo o que não tem vida... Por lha termos tirado!

Assassinos cruéis, em nome de um deus menor. De uma mentira que inventámos para desculpar a nossa verdadeira natureza, cobarde e cruel, hipócrita e despida de razão, somos o mais fraco de todos os animais que povoam este minúsculo grão de areia num universo infinito.

Defeco no vosso deus. Chamo-vos tudo o que me vier à cabeça! Estúpidos imbecis, como ousais julgar-me por não crer na vossa triste invenção?

Serei macaco antes de crente. Dançarei por cima dos vossos faustosos túmulos, e de manguito cerrado em direcção ao céu que pensais esperar-vos, serei eternamente maldito, pois antes o mal encarnado, que a podre representação do bem que fingis ser nesta vida, ignóbeis candidatos à paz eterna!

áMEN!

1 comentário:

Maria do Sol disse...

Apenas uma mascarada súplica: não dances sobre o meu túmulo a não ser que me queiras fazer rir, para me apagar o tédio... não o faças com ódio da fé de milhões , (onde possivelmente me incluo) porque a fé é um refúgio que nos permite aguentar a caminhada. A fé pode ser o periclitante ponto de equilíbrio que amordaça um pouco a violência. E porque o mundo tem que ser composto de diferenças, os crentes dão cor aos ateus e vice versa. Afinal quem tem razão? Nunca viveremos o suficiente para o saber.
Ainda bem que questionas a acção do Homem. Por agora acomodo-me e não o tenho feito. Estou muito cansada.
Beijo grande.