Ouvia-se ao longe, o persistente tic-tac do velho relógio de pêndulo que teimava em resistir à força da própria razão da sua existência: o tempo.
Um dos últimos estandartes da resistência ecléctica dos que não quiseram ir, "porque não queriam perdê-lo", diziam. O tempo... Preferiram afogar-se nas paredes oblíquas, tomadas pelo bolor dos dias todos iguais, que ao de leve passavam, por entre frisos, frestas e buracos, mais psíquicos que propriamente físicos.
Preferiram deixar-se por lá estar, indiferentes ao cheiro húmido da podridão jazente, tomados pelo selvagem desejo da tal morte que preconizavam. Da tal morte dissecada, explicada e teorizada à sua maneira, nos milhões de pequenos papéis espalhados pelo chão, escritos a lápis vermelho, da cor do sangue vivo que jorrava dos seus corpos, sempre que mais um pouco de carne era arrancado, em nome do tal castigo divino, auto-imposto, em nome de tudo o que não foram, porque não.
E ele queria tanto, juntar as peças de todos os puzzles, compreendê-los, para compreender-se por fim... Mas era incapaz. Faltava sempre a força para derrubar a porta... Ou as palavras, nunca suficientemente sucintas ou cativantes, a pontos de os demover da única vontade que haviam tido, desde sempre.
E assim sendo... O jogo acabava ali mesmo, para ele.
The road ahead is lined with broken dreams... So walk, yeah, walk on by...
Um dos últimos estandartes da resistência ecléctica dos que não quiseram ir, "porque não queriam perdê-lo", diziam. O tempo... Preferiram afogar-se nas paredes oblíquas, tomadas pelo bolor dos dias todos iguais, que ao de leve passavam, por entre frisos, frestas e buracos, mais psíquicos que propriamente físicos.
Preferiram deixar-se por lá estar, indiferentes ao cheiro húmido da podridão jazente, tomados pelo selvagem desejo da tal morte que preconizavam. Da tal morte dissecada, explicada e teorizada à sua maneira, nos milhões de pequenos papéis espalhados pelo chão, escritos a lápis vermelho, da cor do sangue vivo que jorrava dos seus corpos, sempre que mais um pouco de carne era arrancado, em nome do tal castigo divino, auto-imposto, em nome de tudo o que não foram, porque não.
E ele queria tanto, juntar as peças de todos os puzzles, compreendê-los, para compreender-se por fim... Mas era incapaz. Faltava sempre a força para derrubar a porta... Ou as palavras, nunca suficientemente sucintas ou cativantes, a pontos de os demover da única vontade que haviam tido, desde sempre.
E assim sendo... O jogo acabava ali mesmo, para ele.
The road ahead is lined with broken dreams... So walk, yeah, walk on by...
1 comentário:
Decadente mas também belo.
Quanto à musica, adorei, é daquelas que me deixam ko.
Beijo
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