"Noite, vão para ti meus pensamentos,
Quando olho e vejo, à luz cruel do dia,
Tanto estéril lutar, tanta agonia,
E inúteis tantos ásperos tormentos...
Tu, ao menos, abafas os lamentos,
Que se exalam da trágica enxovia...
O eterno Mal, que ruge e desvaria,
Em ti descansa e esquece alguns momentos...
Oh! Antes tu também adormecesses
Por uma vez, e eterna, inalterável,
Caindo sobre o Mundo, te esquecesses,
E ele, o Mundo, sem mais lutar nem ver,
Dormisse no teu seio inviolável,
Noite sem termo, noite do Não-ser!"
(Antero de Quental, "Nox")
... Esperou, esperou, esperou... Mas o sol nunca mais vinha.
Irado, com os olhos raiados de sangue, vociferou então, que haveria de ser morcego, se à luz cruel dos seus dias escuros bem nenhum chegava, seria a noite companheira de todos os vícios, resquícios de vivências inundadas por impensáveis demências.
Foi este o mundo que criastes! Dele deveis estar orgulhosos, todos vós que contribuístes para este seu estado de graciosa desgraça! Pois ficais a saber: Demito-me de quaisquer responsabilidades. Não fui eu que errei na dosagem, o saco que dizia "soma de todos os males" era maior, de facto... Mas era suposto terdes adicionado apenas uma colher, assim não! Estragastes o bolo, e agora, tudo está perdido.
E o que nos resta?
A noite.
Em todo o seu esplendor, rainha dos errantes que deambulam pelas ruas sem destino, condenados ao cruel desprezo por um mundo que não ajudaram a destruir... À noite.
Irado, com os olhos raiados de sangue, vociferou então, que haveria de ser morcego, se à luz cruel dos seus dias escuros bem nenhum chegava, seria a noite companheira de todos os vícios, resquícios de vivências inundadas por impensáveis demências.
Foi este o mundo que criastes! Dele deveis estar orgulhosos, todos vós que contribuístes para este seu estado de graciosa desgraça! Pois ficais a saber: Demito-me de quaisquer responsabilidades. Não fui eu que errei na dosagem, o saco que dizia "soma de todos os males" era maior, de facto... Mas era suposto terdes adicionado apenas uma colher, assim não! Estragastes o bolo, e agora, tudo está perdido.
E o que nos resta?
A noite.
Em todo o seu esplendor, rainha dos errantes que deambulam pelas ruas sem destino, condenados ao cruel desprezo por um mundo que não ajudaram a destruir... À noite.
1 comentário:
"... Esperou, esperou, esperou... Mas o sol nunca mais vinha.
Irado, com os olhos raiados de sangue, vociferou então, que haveria de ser morcego, se à luz cruel dos seus dias escuros bem nenhum chegava, seria a noite companheira de todos os vícios, resquícios de vivências inundadas por impensáveis demências."
Soberbo!
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