Delírios...


Na forma de um coração
De um qualquer povo que chore
E sofra sem ter nunca vivido
D’alma de um sofredor vendido
Por dois tostões arrependido
De mais não ter sido senão dor
O que em tempos teve a cor
Brilhante do sol que nasce
Das mãos de um sonhador.

Pensou ser de abrigo, o porto
Em que um dia atracou, sereno
Longínquo como o passado
Inesquecível, como a ferida
Por ela aberta e jamais esquecida
Impotentes palavras perante o mar
De precipícios a seus pés,
Afinal, demasiado feridos, queimados
Enrugados e temerosos, preparados
Ofertados à terra, inolvidável,
E por ela, para sempre, sugados.

2 comentários:

Demian disse...

Visto o sistema arcaico do blogger ter "engolido" o comentário que aqui foi feito pela amiga Utopia (http://www.blogger.com/profile/05567301208231942333), eis que transcrevo as suas palavras, na falta de melhor solução para o problema:

Utopia deixou um novo comentário na sua mensagem "Delírios":

' De quem sem nada, nem tudo, será
Feliz '

Porque a vida é mesmo assim.. às vezes não é preciso muito para se ser feliz.O difícil é conseguir.. (Afinal, a verdadeira felicidade é uma Utopia!)

Já li tantas frases sobre a suposta 'felicidade' (Sim, adoro ler pensamentos de outras pessoas, para além de escrever sobre os meus :p)e uma das que mais me tocou foi, sem dúvida -

''Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos...''

Não consigo deixar de me sentir egoísta ao lê-la. Acho que percebes.

Gostei do poema. Aliás, adoro poesia.

Tudo de bom,
Utopia

Utopia disse...

Stupid ''sistema arcaico do blogger'' :p

Felicidades ,
Utopia