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Admiro certas criações da mãe natureza, na verdade, fascinam-me.
Todas aquelas que vivem contra todas as probabilidades: nas profundezas dos oceanos, onde a luz nunca chega, outras enterradas a centenas ou milhares de metros onde nada mais existe senão escuridão, silêncio, solidão...
Todas aquelas que vivem contra todas as probabilidades: nas profundezas dos oceanos, onde a luz nunca chega, outras enterradas a centenas ou milhares de metros onde nada mais existe senão escuridão, silêncio, solidão...
Certos organismos foram feitos precisamente para ridicularizar os teóricos do criacionismo, espécies impressionantes com milhões de anos que andam cá há mais tempo do que aquele que o homem é capaz de contar, não obstante a sua tentação para auto-impingir-se, e aos seus pares, uma explicação sobrenatural (obtusa, obsoleta e demente) para tudo aquilo que foge à sua compreensão.
Mas não é sobre religiões, o post. É sobre escuridão.
Também à superfície da terra, como nos seus confins, existem humanos que foram criados dentro da mesma base daqueles referidos no segundo parágrafo, porém, bastante afastados dos mesmos, no que à finalidade da sua existência diz respeito.
Certas pessoas foram mergulhadas nessa imensa negritude no momento da sua concepção. Nasceram cegas, e incapazes de saborear as cores do mundo. Incapazes de reagir perante a felicidade alheia. Incapazes, portanto, de absorver-lhes a(s) essência(s), de se deixarem contagiar pela febre que inunda de felicidade os corações dos outros, à custa de um qualquer evento insignificante que, repetido vezes sem conta, lhes permite viver vidas senão plenas, pelo menos, suficientemente satisfatórias para que não se sintam tentados a esmagar os seus próprios crânios contra as paredes, até mais não restar senão poças de sangue... E o silêncio.
Alguns passam a vida toda à procura do tal "click" que os faça erguer das trevas e lhes alumie tenuemente o caminho, longe de imaginarem que, afinal, é no parágrafo anterior que reside a ciência da vida.
É uma espécie de selecção natural feita à nascença, por uma questão de equilíbrio das coisas, suponho: nem toda a gente pode ser feliz. A felicidade não se alcança lutando. Nem tudo é possível, quando se quer muito.
A facilidade com que desmantelo velhas máximas da humanidade-totó até a mim me assusta.
Não, meus amigos. Não sou Nostradamus, tão pouco mais inteligente que qualquer um de vós. Sou... Realista, e vivo apenas segundo os dogmas que a minha própria existência me enfiou pela cara a dentro a duzentos quilómetros por hora. Todos os outros me passam ao lado...
E, com quase trinta de experiência, sou suficientemente crescido para ter a certeza que, aconteça o que acontecer, jamais alguém conseguirá convencer-me de que a vida é mais do que uma gigantesca, imensa e (in)finita... Merda.
Até qualquer dia...