(Imagem: Link)
Passam palavras pelas bocas dos outros, quase tantas como as moscas num dia quente de verão, e nós, meros farrapos num saco de palha esquecido à beira do mar da solidão.
Não pesassem tanto as pálpebras, de tantos caminhos percorridos, e quem sabe, novos rumos descobertos pela manhã, um dia.
Não fosse a rigidez de todos os músculos, e quem sabe, pernas para cortar metas em lugares nunca antes alcançados, os primeiros de toda uma vida...
Não.
Farrapos foram feitos para voar ao sabor do vento, impérvios réis da sem vontade, senhores de coisa alguma senão o pérfido cheiro do bolor que se acumula no fundo de um saco de palha, esquecido, à beira do mar da solidão...