Fosse o silêncio passível de uma definição objectiva, e a maioria de nós, seria incapaz de descrevê-lo, pelo menos, da forma exacta e precisa que todos os sujeitos aos quais se aplica tal adjectivo exigem.
Fosse o silêncio mais do que um mero estado de espírito, e a maioria de nós pereceria ante a adversidade dos dias, incapazes que somos de não ouvir, peritos que somos na muy nobre arte de falar demais, sempre, sempre.
Será o silêncio sinónimo de grandeza de espírito, ou antes, a quintessência do medo?
Eis-me aqui, a divagar perante vós, sobre algo a que me fui habituado ao longo de toda a minha existência, mas que à primeira oportunidade de sobre ele me pronunciar, me tolda a vista mais do que a alma, incapacitando, quiçá de uma forma permanente, a minha própria criatividade...
Fossem todos os silêncios tão significativos como a morbidez deste blog, e decerto o mundo seria um local um pouco menos deprimente para se viver...
Citar-vos-ia aqui inúmeras passagens, de meia dúzia dos meus filmes e músicas favoritos, que decerto vos transmitiriam, muito melhor que estas palavras, o que esse tal silêncio significa para mim.
Mas não o farei, pois prefiro deixar no ar esta incerteza que, em boa verdade, sempre norteou os meus dias, e desconfio bem, continuará a fazê-lo, até ao fim dos tempos...
Apenas...
Four numbers staring back at me
Displaying the mediocrity of my presence
I'm wasting my day watching them change
The sun with it's blue sky outside
Shining down on all you happy people
I'm wasting my day waiting for rain
Need more methods to end each day
To be happy by living this way...
(Silêncio...)...
(Texto escrito para a Fábrica de Letras.)