No Rushes


(Imagem: Link)


Queria sangue. Espalmar as árvores, observar através do chão, as raízes de uma vida em queda livre, teimosamente suportada pelos ramos imaginários de amores passados, utopicamente presentes nos seus dias.

Cansados, já demasiado vítreos, incapazes de arrancar do asfalto mais do que o azedo negrume de todas as desilusões, os mesmos olhos que um dia foram capazes de ver além do horizonte, por hora mais não eram que o reflexo de todo o mal do universo, contidos na pequena caixa que, aquando da sua própria morte, descerá consigo até aos confins do mundo, flutuando através de um universo paralelo que converge céus e infernos, não divinos, apenas e só, (des)umanos.

Por fim rendido à insignificância da carne, compenetrado em pensamentos moribundos como o seu coração, eleva-se ao altar supremo das suas frustrações, e troçando de si próprio, munido de um sarcasmo atroz, ridiculariza-se perante um mar de risos que só ele próprio ouve, imaginando-os porventura, como os juízes supremos do único tribunal do mundo capaz de o julgar.

Reinos supremos aguardavam por si. Aprestam-se a pressioná-lo dia após dia, pois dizem, e passo a citar, "é tão vasto este mundo que aqui ninguém espera por ti, por mais que sejas aí, o mais perfeito epítome da pior espécie que a natureza ousou criar: o ser humano."

Apressar-se-à, não se empolguem! Só está à espera que a principal guerra saia de cena, pois em circunstância alguma seria capaz de trair e abandonar os seus. E é essa, a única falha subtractível de uma equação que engloba a soma de todos os males, contidos num pacote existencial que jamais deveria ter conhecido a luz do dia...



Never Miss a Beat!




E eis senão quando, mergulhado no mais profundo marasmo sonoro, esgotados que estão os sentidos pelas sucessivas audições dos novos trabalhos de Metallica e AC/DC, surge esta lufada de ar fresco.
Admito que nem conhecia o trabalho desta banda, não fazem propriamente o meu estilo, mas adorei a música. E a letra peculiar, diz muito sobre a maioria dos meus dias...

What did you learn today?
I learned nothin
What did you do today?
I did nothin
What did you learn at school?
I didn't go
Why didn't you go to school?
I don't know...


Podia dar-me para pior, de facto. Que querem... Aguentem-se!

Their Night

(Imagem: Link)



"Noite, vão para ti meus pensamentos,
Quando olho e vejo, à luz cruel do dia,
Tanto estéril lutar, tanta agonia,
E inúteis tantos ásperos tormentos...

Tu, ao menos, abafas os lamentos,
Que se exalam da trágica enxovia...
O eterno Mal, que ruge e desvaria,
Em ti descansa e esquece alguns momentos...

Oh! Antes tu também adormecesses
Por uma vez, e eterna, inalterável,
Caindo sobre o Mundo, te esquecesses,

E ele, o Mundo, sem mais lutar nem ver,
Dormisse no teu seio inviolável,
Noite sem termo, noite do Não-ser!"

(Antero de Quental, "Nox")



... Esperou, esperou, esperou... Mas o sol nunca mais vinha.
Irado, com os olhos raiados de sangue, vociferou então, que haveria de ser morcego, se à luz cruel dos seus dias escuros bem nenhum chegava, seria a noite companheira de todos os vícios, resquícios de vivências inundadas por impensáveis demências.

Foi este o mundo que criastes! Dele deveis estar orgulhosos, todos vós que contribuístes para este seu estado de graciosa desgraça! Pois ficais a saber: Demito-me de quaisquer responsabilidades. Não fui eu que errei na dosagem, o saco que dizia "soma de todos os males" era maior, de facto... Mas era suposto terdes adicionado apenas uma colher, assim não! Estragastes o bolo, e agora, tudo está perdido.

E o que nos resta?
A noite.

Em todo o seu esplendor, rainha dos errantes que deambulam pelas ruas sem destino, condenados ao cruel desprezo por um mundo que não ajudaram a destruir... À noite.



(s)Aint

"I don't care if your world is ending today
Because I wasn't invited to it anyway
You said I tasted famous, so I drew you a heart
But now I'm not an artist I'm a fucking work of art
I got an F and a C and I got a K too
And the only thing that's missing is a bitch like yoU

You wanted perfect
You got your perfect
Now I'm too perfect for someone like you
I was a dandy in your ghetto with a snow white smile
But you'll ever be as perfect whatever you do

What's my name, what's my name?
Hold the S because I am an AINT
What's my name, what's my name?
Hold the S because I am an AINT

I am a bonetop, a death's head
On a mopstick
You infected me, took diamonds
I took all your shit
Your "sell-by date" expired,
So you had to be sold
I'm a suffer-genius and
Vivi-sex symbol

You wanted perfect
You got your perfect
Now I'm too perfect for someone like you
I was a dandy in your ghetto with a snow white smile
But you'll never be as perfect whatever you do

What's my name, what's my name?
Hold the S because I am an AINT
What's my name, what's my name?
Hold the S because I am an AINT

I've got an F and a C and I got a K too
And the only thing that's missing is yoU
I've got an F and a C and I got a K too
And the only thing that's missing is a bitch like yoU
I've got an F and a C and I got a K too
And the only thing that's missing is a bitch like yoU
I am a dandy in the ghetto with a snow white smile
Super-ego bitch, I've been evil awhile
I am a dandy in the ghetto with a snow white smile
Super-ego bitch, I've been evil awhile
What's my name, what's my name?
Hold the S because I am an AINT
What's my name, what's my name?
Hold the S because I am an AINT
What's my name, what's my name?
Hold the S because I am an AINT
What's my name, what's my name?
Hold the S because I am an AINT"


Mais uma, dedicada a quem eu sei que sabe que sei. A letra diz tudo.



Zero



A Cegueira/O Fim


Eu sei que errei. Muito, muito… São vinte e três anos, de conturbadíssimas vivências, frustradas experiências e inexactas ciências. Mas… Nunca fiz mal a ninguém, pelo menos não no sentido de prejudicar de tal forma a vivência de outro ser humano, com a finalidade de o reduzir à mais miserável das condições que se possa imaginar. Todo o mal que fiz foi a mim próprio, e só a mim pode ser imputada a responsabilidade por tudo o que não fiz e deveria ter feito, com o decorrer dos anos.

Posto isto, afirmo peremptoriamente: não merecia ter sido humilhado, traído e vulgarizado por uma mulher que, em circunstâncias normais, jamais assim poderia ser catalogada. Julgava eu que não era possível coexistirem, entre os humanos, monstros do calibre daquele que me calhou em sorte, no dia maldito em que decidi aventurar-me à sua (sorte) procura.

Mas estava enganado, uma vez mais… Redondamente enganado. Estava tão longe da verdade, quando me julgava a salvo de tamanha devastação, psicológica e física, de tamanha desilusão em forma de uma mulher que apenas a mim enganou, a mim que me achava tão esperto! Como sou burro… Como sou idiota.

É com enorme consternação que aqui me escrevo assim, mais sincero que nunca. Não é apenas um desabafo, desta vez. Todas as pessoas que me são próximas, mesmo que nunca as tenha visto, na forma de leitores assíduos deste meu espaço, merecem saber que, afinal, o melancólico e depressivo “gravepisser” não passa de um jovem estúpido e ingénuo, que permitiu, uma vez mais, que o ludibriassem, enganassem, manipulassem e magoassem, desta vez, em proporções épicas que deixarão marcas muito fortes, não apenas em mim, mas no miserável ser vivo que assim me arruinou de uma vez por todas.

Apenas a ti é dirigida esta missiva. Torno-a pública, apenas para que todos saibam a verdade, por mais humilhante que isso possa ser, até para mim próprio.

Não passas de uma vulgar ordinária, reles, manipuladora, mentirosa, cínica, prepotente, invejosa, falsa, hipócrita e mesquinha minhoca rastejante, porque nem dignidade tens para seres considerada humana. És, de longe, a pior pessoa que tive a infelicidade de conhecer, e para minha desgraça, só o percebi quando já era tarde demais.

Escrevo isto para que, desta forma, não restam dúvidas quanto à gravidade da situação. E caso seja necessário, para posterior análise numa qualquer instância superior, eis que fica aqui a promessa de não deixar passar incólume o inferno que pelo qual me fizeste passar.

Uma certeza podes ter: arrepender-te-ás amargamente, por tudo. Nem que seja a última coisa que eu faça neste mundo, pagarás cara a conta referente ao processo de destruição lenta de um ser humano que mais não queria senão ser feliz.

Até já.