Era como um fruto esquecido no topo de uma árvore, no local mais inacessível onde permanecia, balançando por vezes ao som dos trovões, lentamente, apodrecendo... Lentamente.
Os dias eram todos iguais, nada de novo além do tempo. O mais que fazia, era ouvir... Ouvia essencialmente o silêncio que envolvia o seu mundo. E ria, ele que nunca ouvira nada nem ninguém, via-se agora na contingência de nada mais lhe restar senão ouvir o próprio silêncio da sua exanimação.
Quando ela chegou, do alto da sua incomensurável ingenuidade, gritou-lhe: "Essa árvore está morta! Porque lá permaneces, sabendo que dela mais proveito não tirarás, senão a morte?"
Cicerone da sua própria mente desde sempre, tentou uma vez mais explicar-lhe o que era na realidade, transmitir-lhe a mais profunda essência da sua inexistência espiritual, quiçá terrena (essa mais próxima que nunca).
"Ainda que o desejasses com todas as tuas forças, certas coisas jamais mudam... E se me pedes para não morrer pelo passado, eu te suplico, que me deixes fazê-lo, pelo futuro que esse mesmo passado me impede de construir..." - Orelhas moucas, foi o que ela fez como sempre.
E se foi este o caminho que escolheu, nada mais lhe restava senão apodrecer com ele, ainda que ao contrário pudesse sempre escapar a um fim evitável, a tempo de ser feliz de outra forma...
E era essa esperança que o fazia adiar a sua queda final, pois não queria, uma vez mais, apagar do rosto de alguém que amava o sorriso que sempre o havia contagiado... Ainda que isso não fosse suficiente para impedir... o fim.
Os dias eram todos iguais, nada de novo além do tempo. O mais que fazia, era ouvir... Ouvia essencialmente o silêncio que envolvia o seu mundo. E ria, ele que nunca ouvira nada nem ninguém, via-se agora na contingência de nada mais lhe restar senão ouvir o próprio silêncio da sua exanimação.
Quando ela chegou, do alto da sua incomensurável ingenuidade, gritou-lhe: "Essa árvore está morta! Porque lá permaneces, sabendo que dela mais proveito não tirarás, senão a morte?"
Cicerone da sua própria mente desde sempre, tentou uma vez mais explicar-lhe o que era na realidade, transmitir-lhe a mais profunda essência da sua inexistência espiritual, quiçá terrena (essa mais próxima que nunca).
"Ainda que o desejasses com todas as tuas forças, certas coisas jamais mudam... E se me pedes para não morrer pelo passado, eu te suplico, que me deixes fazê-lo, pelo futuro que esse mesmo passado me impede de construir..." - Orelhas moucas, foi o que ela fez como sempre.
E se foi este o caminho que escolheu, nada mais lhe restava senão apodrecer com ele, ainda que ao contrário pudesse sempre escapar a um fim evitável, a tempo de ser feliz de outra forma...
E era essa esperança que o fazia adiar a sua queda final, pois não queria, uma vez mais, apagar do rosto de alguém que amava o sorriso que sempre o havia contagiado... Ainda que isso não fosse suficiente para impedir... o fim.