(Imagem: Link)
Ter todo o tempo do mundo, e ainda assim, não ter tempo para fazer parar o tempo, e respirar, querer quebrar o ritmo sufocante desta espiral de loucura que nos conduz ao abismo, e... não ser capaz.
Há muito tempo que me olho ao espelho e não reconheço a pessoa fria, amarga, e não raras vezes, cruel, em que me transformei nos últimos anos. Gostava de poder voltar atrás, ao tempo em que a jovem criança perdeu a inocência, mas... Não sei sequer ao certo onde me perdi, ou se...
Porventura foi o mundo que se perdeu, à minha volta, e eu, o último dos que teimaram em ficar, sonhando com um futuro melhor cujo preço jamais poderei pagar.
Não tenho arcaboiço para tanto.
O mundo gira a uma velocidade que eu jamais conseguirei acompanhar... O que não deixa de ser irónico, face ao ritmo alucinante em que a minha mente opera, trezentos e sessenta e cinco dias por ano.
Abrandar a mente, e acelerar o corpo em direcção ao rumo certo... Impossível? Claro que sim. Pelo menos a mim assim me parece, do alto dos meus quase-trinta de (in)experiência.
Fármaco algum será algum dia suficiente para gerar um impulso capaz de me fazer acordar para uma realidade que jamais conheci, para o mundo do qual outros desejam que eu faça parte.
Jamais estarei aí.
E enquanto não vos convencerdes que eu não partilho das crenças (espirituais e não só) que vos movem, dos vossos ideais ou estilos de vida, jamais me conhecereis, e jamais conseguireis compreender o porquê de eu assim dizer:
Life is killing me...