(Imagem: Link)
Quando se torna insuportável a única coisa que sempre nos confortou... Sabemos ter sido derrubada a última das barreiras capazes de impedir que a insanidade se apodere de nós, por fim.
O silêncio.
Consome-me agora como as larvas os corpos na terra ímpia de ninguém.
Sou uma mera marioneta, perante as forças do mal que de mim se apoderam nos momentos críticos de desespero;
Um boneco de madeira subjugado pela imensidão de uma força invisível que o toma nas mãos e lhe suga a alma; olhos vazios perante os horrores ditados pelas mais simples leis da natureza.
Fosse o abismo uma simples equação, e decerto ter-me-iam dito como se resolve;
Fosse a luz um objectivo tangível a qualquer mortal, e o mundo seria perfeito.
Nunca o será.
Resta-nos tentar encontrar conforto nessa lógica arcaica, do equilíbrio natural de todas as coisas.
Esperar, calmamente, pelo dia em que seremos capazes de lhe esticar o dedo do meio, e decidir-mo-nos, por fim, a quebrá-lo, a desequilibrar a balança para o lado da (nossa) justiça, a dizer: adeus...
I've been waiting for a guide to come and take me by the hand,
Could these sensations make me feel the pleasures of a normal man?